Identidade Financeira

Já pensaste alguma qual é a tua identidade financeira?

Ao longo dos anos, e recentemente cada vez mais, tenho-me deparado com várias metodologias para alcançar o sucesso e liberdade financeira. Métodos passo-a-passo que indicam a receita para o bolo.

Apesar de ver com bastante agrado a evolução do interesse pelos temas de literacia financeira, preocupa-me que em muitas das páginas que vejo das redes sociais a maioria das perguntas andam à volta de:

  • Qual o melhor ETF?
  • Qual o melhor depósito a prazo?
  • É melhor um PPR ou é melhor um ETF?
  • É melhor investir ou pagar o crédito habitação?
  • Onde posso consultar o juro composto?
  • Posso usar o cartão de crédito se for sem prestações?

Todas estas questões são perfeitamente legítimas e considero uma grande mais valia recorrerem a 2ªs opiniões para perceber outros pontos de vista, no entanto, na minha opinião falta muito mais reflexão pessoal de cada um de nós sobre o que o dinheiro significa para nós.

Como se costuma dizer, as finanças pessoais são, como o nome indica, pessoais e por isso dificilmente alguém de fora nos vai dar uma resposta perfeita para o nosso caso. Até podemos seguir os conselhos de outras pessoas, mas será que vão ser eficazes? Acho altamente improvável.

Construir uma boa relação com dinheiro demora, muitas vezes, meses ou até mesmo anos, dependendo das crenças de infância que muitos de nós temos que reconstruir. Tal como um atleta de alta performance não se tornou assim de um dia para o outro.

Então como podemos trabalhar em construir uma relação positiva com o dinheiro?

Na minha opinião é criando a nossa própria identidade financeira. O dinheiro como sabemos é apenas um meio para atingirmos algo e não é o fim. Devemos extrair o máximo de felicididade e sensações positivas de tudo o que envolve dinheiro. Obviamente a felicidade é diferente para todos nós.

Se para uns, felicidade é contribuir para um projeto, para outros é estar com os filhos, para outras é viver em harmonia com a natureza, para outros é ser altruísta, para outros é estar de consciencia tranquila. Ora a nossa identidade financeira não é mais do que uma reflexão profunda de queremos viver a nossa vida financeira e que além demorar anos a construir, também pode ir mudando ao longo da vida.

Queres viver uma vida frugal e de poupança extrema? Ou preferes viver uma de abundância em que dinheiro não é tema ou preocupação e não deixas de fazer nada por dinheiro?

A resposta depende de ti, qualquer uma das hipóteses é válida, desde que tenha sido refletida e te proporcione bem-estar e tranquilidade. A vida vai muito além de uma folha de excel ou de um resultado matemático.

Um dos exemplos com que muita gente se depara ao longo da vida é: amortizar a casa ou investir esse dinheiro? Habitualmente o custo do crédito habitação ronda os 4%, enquanto um investimento poderá trazer um retorno médio de 10%.

Matematicamente faz muito mais sentido investir, mas qual é o valor e paz de espírito que nos traz termos a nossa casa paga?

Lá está, depende da nossa identidade financeira e de um processo complexo de auto-conhecimento.

Desafio-te a parar mais e refletir na tua relação com o dinheiro, seja com o que poupas, seja com o que ganhas, seja com o que gastas. Que sensações te proporciona?

Se são sensações boas (paz, liberdade, abertura de possibilidades, memórias, felicidade, etc) então parabéns tens uma boa relação com o dinheiro e tens uma identidade financeira bem definida.

Por outro lado, se são sensações negativas (medo de perder, dormir mal à noite, não desfrutar de experiências por querer poupar mais, risco, apertos no peito, etc) então sugiro que vás dar um passeio de algumas horas e que penses muito a fundo no que significa para ti o dinheiro e como podes alterar os hábitos e comportamentos para estarem mais alinhados contigo mesmo.

Se precisas de ajuda, envia-me um email. Adoro falar sobre dinheiro e ajudar outras pessoas.

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